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quinta-feira, agosto 25, 2011

Leishmaniose Visceral

°º Taxonomia
# Família: Tryponosomatidas;
# Ordem: Kinetoplastida;


# Protozoário: Leishmania chagasi;
Vetor: Mosquito-palha ou birigui (Lutzomyia longipalpis);


# Ciclo: Heteroxênico;
# Formas: Promastigota e Amastigota.

°º Sinonímia

Calazar, esplenomegalia tropical, febre dundun, doença do cachorro, etc. 

°º Agente Etiológico

Protozoário tripanosomatídeos do gênero Leishmania, espécie Leishmania chagasi, parasita intracelular obrigatório sob forma aflagelada ou amastigota das células do sistema fagocítico mononuclear (Macrófagos). Dentro do tubo digestivo do vetor, as formas amastigotas diferenciam em promastigotas (flageladas). 

°º Reservatórios

Na área urbana o cão (Canis familiaris) é a principal fonte de infecção. As infecções em cães tem sido mais prevalente que nos homens.


No ambiente silvestre, os reservatórios são as raposas e os marsupiais. Questiona-se a possibilidade do homem também ser uma fonte de infecção.



°º Recomendações


Mantenha  a casa limpa e o quintal livre dos criadores de insetos. O mosquito-palha vive nas proximidades das residências, preferencialmente em lugares úmidos, mais escuros e com acúmulo de material orgânico. Ataca nas primeiras horas do dia ou ao entardecer;

Coloque telas nas janelas e embale sempre o lixo;

Cuide bem da saúde do seu cão. Ele pode se transformas num reservatório doméstico do parasita, que será transmitido para as pessoas próximas e outros animais;

Lembre-se de que os cados de leishmaniose são de comunicação compulsória ao serviço oficial da saúde.


°º Quadro Clínico e Tratamento




°º Ciclo Evolutivo Biológico

Ciclo Biológico - Leishmaniose





quarta-feira, agosto 24, 2011

Tripanossomíase Americana

Também conhecida como Doença de Chagas, em homenagem ao médico brasileiro Carlos Chagas, que descobriu a doença em 1909. A doença é causada pelo protozoário flagelado e com uma única mitocôndria, o Tripanosoma cruzi, que é transmitido pelas fezes do inseto barbeiro (triatoma). O nome do parasita foi dado por Carlos Chagas em homenagem ao também cientista Oswaldo Cruz. 

Segundo dados levantados pela SUCEN (Superintendência de controle de endemias), esse inseto de hábitos noturnos vive nas frestas das casas de pau-a-pique, ninhos de pássaros, tocas de animais, casca de troncos de árvores e embaixo de pedras.
# MODOS DE TRANSMISSÃO

º Forma vetorial - Passagem do protozoário das fezes do barbeiro através da pele lesada ou de mucosas, durante ou logo após o repasto sanguíneo;
º Via Oral - Ingestão de alimentos contaminados com o T. cruzi;
º Forma Transfusional - Por meio de hemoderivados, transplante de órgãos e tecidos provenientes de doadores contaminados;
º Transmissão vertical - Passagem do T. cruzi de mulheres infectadas para seus bebês durante a gestação ou o parto;
º Transmissão acidental - Contato de material contaminado com a pele lesionada ou com mucosas, durante manipulação em laboratório.
No Brasil, foram registrados casos de infecção transmitida por via oral em pessoas que tomaram caldo-de-cana ou comeram açaí moído.
# DESTRINCHANDO O CICLO DA DOENÇA DE CHAGAS

CONHECENDO AS FORMAS EVOLUTIVAS



Ciclo biológico - Doença de Chagas


# PERÍODO DE INCUBAÇÃO E TRANSMISSIBILIDADE

º INCUBAÇÃO: Varia de acordo com a forma de transmissão. Vetorial: 4 a 15 dias; Transfusional: 30 a 40 dias; Oral: 3 a 22 dias; Acidental: aprox. 20 dias; Vertical: pode ocorrer em qualquer período da gestação ou durante o parto.
º TRANSMISSIBILIDADE: O paciente chagásico pode albergar o T. cruzi no sangue e/ou tecidos por toda a vida, sendo um reservatório para os vetores com os quais tiver contato.

# SINTOMAS

º Febre e mal-estar;
º Inflamação e dor nos gânglios;
º Vermelhidão;
º Inchaço nos Olhos (sinal de romã);
º Aumento do fígado e do baço;
º Meningite e encefalite (complicações graves da doença).

* Com frequência a febre desaparece após alguns dias e a pessoa nem percebe o que lhe aconteceu, embora o parasita já esteja alojado. Como os sintomas nem sempre são perceptíveis o paciente acaba descobrindo muitos anos depois, ou ao realizar um exame de rotina.

# TRATAMENTO

A medicação é realiza sob acompanhamento médico em hospitais dado os efeitos colaterais que provoca, devendo ser mantida por ao menos um mês. Na fase aguda o efeito da medicação em geral é satisfatória, enquanto o parasita estiver circulando no sangue. Na fase crônica, não é indicado o mesmo tratamento, agora direciona-se ao controle das manifestações da doença e evitar complicações.

# RECOMENDAÇÕES

º Controle químico do vetor nas regiões endêmicas;
º Melhoria habitacional em áreas de alto risco;
º Controle rigoroso dos hemoderivados transfundidos (Triagem e sorologia dos doadores);
º Cuidados de higiene na produção e manipulação de alimentos de origem vegetal;
º Utilização rigorosa de equipamentos de biossegurança (Laboratórios).

terça-feira, agosto 23, 2011

Toxoplasmose



Também conhecida como doença do gato, é uma zoonose cosmopolita causada por um protozoário  apicomplexa (unicelular com capacidade intracelular - Quadro de Taxonomia). Estima-se que 70 a 95%  da população estão contaminadas.
# OBS: O TOXOPLASMA GONDII NUNCA INFECTA HEMÁCIAS.
O agente etiológico é o toxoplasma gondii , um parasita heteroxênico e de tropismo eurixênico (Relembrar conceitos). A toxoplasmose apresenta um quadro assintomático, exceto nos grupos de risco, que em geral são indivíduos imunodeprimidos:

º Gestantes;
º Recém-nascidos;
º Imunocomprometidos;
º Idosos.

Porque idosos no grupo de risco?? A população está cada vez mais velha, e os idosos possuem 
um sistema imune mais debilitado o que facilita as manifestações sistêmicas da doença.

# DESTRINCHANDO O CICLO DA TOXOPLASMOSE

- Hospedeiro definitivo: Gato e outros felinos;
- Hospedeiro intermediário: Mamíferos (principalmente carneiro, porco, cabra e o próprio homem) e aves.

O Toxoplasma gondii desenvolve-se em duas fases diferente:
- Fase assexuada: Nos tecidos de vários hospedeiros ( incluem-se os gatos e felídeos);
- Fase sexuada: Nas células do epitélio intestinal dos gatos jovem (e outros felídeos) não imunes.
Ciclo Biológico - Toxoplasmose


º Morfologia e habitat: o toxoplasma gondii pode ser encontrado em vários tecidos e células (Nunca hemácias) e líquidos orgânicos (saliva, leite, esperma, etc.). O parasito apresenta morfologia múltipla dependendo do habitat e estado evolutivo existem três formas infectantes no ciclo biológico: 

- Taquizoíto: pseudocisto; Forma de reprodução rápida, observado na fase aguda. 
- Bradizoíto: cistos; Forma de reprodução lenta, são intracelulares e observados na fase crônica.
          - Esporozoítos: no interior do oocisto (8 esporozoítos cada); São o produto da reprodução sexuada.


* Oocistos não esporulados são eliminados nas fezes do gato infectado, e leva 1 a 5 dias para esporular no meio ambiente e tornar-se infectante. 

* Animais como roedores, aves, outros mamíferos não felinos e o próprio homem ao ingerir água ou alimentos contaminados pelos oocistos esporulados se infectam. 

* Os esporozoítos que estão dentro dos oocistos são liberados através da ação do suco gástrico que destroe o envoltório do oocisto. Livres os esporozoítos transformam-se em taquizoítos que têm um forte tropismo por células epiteliais do intestino, essa infecção é intracelular.

* Na tentativa de esconder-se do sistema imune os taquizoítos têm uma reprodução rápida e passam rapidamente pelo intestino e penetram vários tipos de células, exceto hemácias. Por endodiogenia os taquizoítos proliferam-se até romper a célula infectada. Essa fase de disseminação dos taquizoítos é a chamada fase aguda da doença.

* Os parasitos que resistiram aos ataques do sistema imune agora evoluem para a formação de cistos (bradizoítos) , consequentemente reduzindo a sintomatologia. Caracterizando a fase crônica da doença.

* No hospedeiro humano, os parasitas formam cistos nos tecidos do músculo esquelético, miocárdio, cérebro e olhos. Estes cistos podem permanecer durante toda a vida do hospedeiro. 

* A fase sexuada somente ocorre no intestino de gatos jovens, os hospedeiros definitivos. Que ao realizar a predação consome o bradizoíto  presente na musculatura do animal predado. Os bradizoítos ao penetrarem o epitélio intestinal do gato multiplicam se (esquizogonia) dando origem a vários merozoítos.

* O rompimento da célula parasitada libera os merozoítos que infectam novas células epiteliais e então se transformam nas formas sexuadas masculinas e femininas. Após o processo de maturação as formas masculinas são as únicas que ganham mobilidade.

* A forma masculina vai ate a feminina que está dentro da célula e a fecunda formando o ovo. Que evolui dentro do epitélio formando uma parede externa dupla (o oocisto). Após alguns dias a célula se rompe liberando o oocisto imaturo que é eliminado junto com as fezes do gato.


FORMAS DO PARASITA DURANTE A EVOLUÇÃO
# MODOS DE TRANSMISSÃO

º Ingestão de oocistos provenientes do solo, areia, latas de lixo contaminadas com as fezes de gatos infectados;
º Ingestão de carne crua, mal cozida, água e vegetais infectadas com oocistos;
º Infecção transplacentária;
º Transfusão de sangue ou órgãos.

SINTOMAS (MANIFESTADOS PELO GRUPO DE RISCO)

O curso clínico é geralmente benigno e auto-limitada; sintomas geralmente desaparecem dentro de algumas semanas a meses. Em casos raros a infecção ocular com perda visual pode ocorrer. Pacientes imunodeficientes muitas vezes têm sistema nervoso central (SNC) na doença, mas pode ter retinocoroidite, pneumonite, doença sistêmica ou outras. Em pacientes com AIDS, neuro-toxoplasmose é a causa mais comum de lesões de massa intracerebral.

º Manchas no corpo;
º Lesões na retina, podendo evoluir para cegueira;
º Linfadenopatia (ínguas pelo corpo);
º Febre, cansaço e dores no corpo.

PERÍODO DE INCUBAÇÃO E TRANSMISSIBILIDADE

º INCUBAÇÃO: De 10 a 23 dias, quando a fonte for ingestão de carne; De 3 a 10 dias apos ingestão de oocisto de fezes de gatos.
º TRANSMISSÃO: Não se transmite por contato direto, com exceção das infecções intra-uterinas. A transmissão se dá por ingestão de oocistos esporulados, apos tornar-se infectantes estes oocistos podem conservar essa condição por 1 ano.

# DIAGNÓSTICO

º Observação de parasitas em amostras de pacientes, tais como biópsia ganglionar.
º Isolamento de parasitas do sangue ou outros fluidos corporais, por inoculação intra peritoneal em camundongos ou cultura de tecidos. 
º Detecção de material genético do parasita por PCR, especialmente na detecção de infecções congênitas no útero.
º O teste sorológico é o método rotineiro de diagnóstico.

TRATAMENTO

A toxoplasmose não tem cura, a partir da medicação e da nutrição o que se pode fazer é um monitoramento evitando o crescente aumento da carga parasitária no indivíduo infectado.

RECOMENDAÇÕES

º Não como carne crua, mal passada ou vegetais mal lavados;
º Evite contato com fezes de animais, especialmente gatos e outros felídeos;
º Cuidado com a higienização das mãos e utensílios de cozinha;
º Caso grávida não descuide do pré-natal;
º Se você cria gatos não os deixe solto nas ruas e sempre limpe a caixa de areia;
º Evite acesso a caixas de areias de praças que não estejam teladas por completo.


terça-feira, agosto 09, 2011

Introdução à Parasitologia

A parasitologia é uma ciência que estuda os parasitos, os seus hospedeiros e como estes relacionam-se. A parasitologia médica também se preocupa com o estudo do vetor.
  • CONCEITOS BÁSICOS
  1. Parasitismo: É uma associação entre organismos de espécies distintas, na qual se observa além de associação uma dependência metabólica de grau variado.
  2. Parasito: São organismos que vivem associados com outros aos quais retiram os meios para sua sobrevivência.
  3. Hospedeiro: Organismo que abriga em seu interior o parasita, o comensal ou mutualista.
  4. Vetor: É uma organismo vivo, geralmente um artrópode, que transmite o patógeno.
  5. Habitat: Lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada dentro do ecossistema.
  • CLASSIFICAÇÃO DOS PARASITOS
  • Quanto a localização:
a) Ectoparasitas - Atacam a parte exterior do corpo do hospedeiro.
b) Endoparasitas - Vivem no interior do corpo do hospedeiro.
c) Hemoparasitas - Parasita que vive na corrente sanguínea.                                                                                                                                      
  • Quanto ao número de hospedeiros:
a) Monoxênico - Necessita de apenas um hospedeiro para a reprodução. 
b) Heteroxênico - Necessita mais de um hospedeiro para a reprodução.                                                                                                
  • Quanto ao tropismo pelo hospedeiro:                                                                                         
a) Estenoxênico - Parasita espécies de vertebrados muito próximas. ex: Tênias.
b) Eurixênico - Admite grande variedade de hospedeiros, espécies diferentes. ex:Toxoplasmose.                                                                                                                                
  • CLASSIFICAÇÃO DOS HOSPEDEIROS
  • Quanto ao ciclo biológico:
a) Hospedeiro Definitivo: Apresenta o parasita em fase de maturidade ou em fase de atividade sexual.
b) Hospedeiro Intermediário: Apresenta o parasita em fase larvária ou em fase assexuada.
c) Hospedeiro Paratênico ou de transporte: É o hospedeiro intermediário no qual o parasita não sofre desenvolvimento mas permanece encistado até que o hospedeiro definitivo o ingira.


# MECANISMOS DE TRANSMISSÃO 

* Fecal-Oral (ingestão);
* Oral;
Vetorial;
Congênita;
Sexual;
Percutânea ou transcutânea.

FATORES ASSOCIADOS ÀS DOENÇAS

Crescimento desordenado das cidades;
Desastres naturais;
Hábitos e costumes;
Nível de instrução da população;
Baixa qualidade das condições de vida e higiene das comunidades (água, esgoto, lixo ...).

  • CLASSIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS PARASITOSES EM TRÊS GRUPOS

PROTOZOOSES

Amebíase;
Tripanosomíase;
Leishmanioses;
Giardíase;
Triconomíase;
Malária;
Toxoplasmose;
Balantídiose.

HELMINTOSES

Esquitosomose;
Teníase/Cisticercose;
Hidatidose/Equinococose;
Enterobiose;
Filariose;
Ancilostomose/Necatoriose;
Ascaridíase
Tricocefalose;
Estrongiloidíase.

ECTOPARASITOSES (ARTRÓPODES)

Pediculose;
Ftiríase;
Miíase;
Acaríase.